sábado, fevereiro 23, 2008

Bye bye



Apenas por questões práticas não opto por delete blog. Apenas? Não!Também, porque há os afectos e registos que não quero apagar.

Talvez, algum dia, noutro palco, com outro cenário e peça, netdivague de novo. Por enquanto, vou percorrendo o meu caminho procurando não tropeçar e saber contornar as armadilhas da vida.

Até um dia!

(imagem daqui)

sexta-feira, agosto 24, 2007

24 de Agosto...


Data em que houve catástrofes como a erupção do Vesúvio que assolou Pompeia e Herculano e o massacre de milhares de protestantes em França na noite de S. Bartolomeu em 1572.

A essa data, contudo, devo a minha vida, pois nasceu o meu pai, um marujo português, como mostra a foto dos seus dezoito anos.

Obrigada pelo que me deste, pai Ramiro.

Também para o tio Zezé Borges, a minha homenagem neste dia 24 de Agosto.

CB

terça-feira, agosto 14, 2007

Te cuida, pá...

Quero deixar aqui hoje, muito especialmente, um grande, mas mesmo muito grande abraço ao meu amigo Carlos Gil.

Cuida-te, hem?

Adeus, Salomé!

Foi há cerca de 14 anos. Ainda não estava refeita da dor pela perda da minha Bidú a quem uma seringa havia piedosamente abreviado o sofrimento. À porta do veterinário chorei convulsivamente a despedida. Prometi a mim própria que não deixaria que tal acontecesse de novo. Para além da gata Lili apanhada na rua e do Gastão, um soberbo angorá branco e surdo, não teria mais animais. Mal sabia eu que, logo a seguir, seria o mesmo o destino do meu Gastão, pelo qual o meu luto dificilmente se dissipou.
O Mário abriu a porta de trás do jeep e, de dentro de um caixote, emergiram três cabecitas caninas.
-Escolhe.- disse ele.
-Não sou capaz-retorqui colocando-me de costas para o carro-Tira tu uma à sorte.
-Tens de ser tu a fazê-lo.- insistiu.
Olhei, então, de relance, e aquela que primeiro me olhou, toda ladina, foi a que recolhi nos meus braços, pequena e fofinha. Deste modo, a Salomé entrou na família. Não sei que conversas caninas tiveram mas o Horácio, cão da minha mãe, e ela, trocaram-nos as voltas e trocaram de casa. A dedicação e o amor da Salomé à minha mãe, traduzidos naquele olhar doce e sempre fixo nela, eram uma evidência.
Hoje, será o dia em que terá de haver a necessária coragem para aliviar o sofrimento da nossa cadelinha. Logo à noite. Tudo volta a ser vivido e revivido. Choro de novo e, intensamente, mais uma dolorosa perda.

Adeus, minha Salomé!

Adenda-14.30 h: Acabou de morrer em casa nos braços da minha mãe.

sábado, agosto 04, 2007

Em memória do Tico

Do meu amigo Carlos Gil, este sentido post que me emocionou e doeu. Aqui


Matei o Tico. Há uma hora atrás.Ontem, quando cheguei, seriam umas onze da noite,
como tantas vezes ele veio receber-me, sequioso pelas palavras de carinho que não lhe negava, nunca. Permiti-lhe roçar-se na minha perna mas como sempre não muito pois, abandonado às doenças (e por elas), o pêlo ralo mostrava a pele em úlceras, quistos, um tumor do tamanho duma bola de ténis numa perna. Essa perna que, hoje, há uma hora e picos atrás, eu pisei com a roda do carro – a mesma que, ontem à noite, eu o vi a cheirar quando fechei a porta para as escadas do prédio? – e parti-lha. O uivo foi terrível, terrível. Foi um choque ouvi-lo, mesmo habituado que estava, estávamos, a ouvi-lo gemer toda a noite à porta da casa ‘da dona’, a que «gosta muito de animais» mas que mal a doença de pele lhe apareceu há uns dois ou três anos atrás pô-lo a viver na rua, provavelmente por cautelar receio dela se transmitir aos restantes animais que mantém, encarcerados, num anexo, onde uivam ao calor horas a fio. O olhar dele, a dor dele. O seu gemer, esse ganir de dor. No banco de trás do carro, olhei-o várias vezes enquanto seguíamos para o veterinário. O gemer lento, sofrido, olhava-me e nem sei se me ouvia, ouvia o meu chorar que não conseguia dissimular nas palavras que lhe dava. O olhar dele, as pupilas quase a desaparecerem e o branco assustador, o ganir lento assustador. Não gemia muito, havia silêncio na dor que se lhe via, havia… resignação, talvez. Chorava noites inteiras, lamentava-se à porta da ‘sua casa’ pelas dores e pelo abandono, acredito.O veterinário disse-me que além da fractura e de tudo o mais à vista haveria provavelmente lesões internas. Houve eutanásia mas não consegui assistir, fiz-lhe uma última festa, um último carinho sem medo de contágios ou do pestilento cheiro de abandonado, e vim cá para fora. Chorei. Sei que hei-de chorar mais quando, estacionando, lembrar-me que nunca mais o verei aproximando-se do carro abanando a cauda, os olhos em mim e o latido de carinho, sempre o roçar tímido e os olhos pedindo uma festa, carinho mútuo que não nos negávamos.
Sinto-me horrível. Não me consola o 'já não sofre mais', não há consolo quando se 'decide' a morte; gostávamos todos do Tico, abandonado por razões cutâneas mas fiel à casa que fora a sua e a cuja porta procurava o alimento que não encontrava nas ruas, carinho. Este sentimento de culpa ficar-me-á perpetuamente, o passeio vazio dele e do seu correr para mim, para 'a festinha', o silêncio que haverá nas noites sem o seu gemer, o seu lamento, irá doer. Lembrá-lo, lembrar-me que fui eu que o matei. Não sei se ele, onde quer que seja o 'céu' dos cães de olhos tristes - que haverá para acreditar-se em repouso aos sofredores -, me perdoará. Sofria muito, mas a morte dói. Muito.

Um abraço......pelo Tico, por ti e por mim que vos chorei. Sei, contudo, que o Tico, tão carente de afecto, teve os últimos momentos de amor dados por ti.

CB

sábado, julho 21, 2007

António Borges Coelho




António Borges Coelho

Ler aqui

"Saio de casa logo depois do primeiro café do dia (aquele que me sabe melhor e me deixa pronto para tudo), deixo o computador ligado e vou ler os jornais para uma cafetaria onde rezo sempre o texto em que estou a trabalhar, ou seja, as palavras têm de me soar bem ao ouvido. Escrever é no computador, mas rever é no papel. Só o papel me dá a dimensão exacta do que escrevo." (...)

"A História é a minha vida e a história dos homens e do seu tempo é a sua e também a nossa biografia. É apaixonante desvendar factos e figuras... Uma das que mais me marcou foi Espinosa, o filósofo holandês que melhor traduz a ideia do exílio português." (...)

“O trabalho intelectual, enquanto é possível, é a forma mais perfeita de estar ligado à vida” (...)


Porque para mim é uma referência, não só como personalidade de grande dimensão na cultura nacional mas, também, no domínio da socialização privada onde fui tendo o prazer e a honra de poder participar. Tanto mais sábio se revela, quando o seu humanismo e a simplicidade no ser e no dizer, indelevelmente, nos tocam.

CB

Nem quero acreditar que...

isto. no Portugal Diário, seja verdade.

(...)"As confederações do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), da Agricultura Portuguesa (CAP), da Indústria Portuguesa (CIP) e do Turismo Português reivindicam, esta sexta-feira, a alteração da Constituição da República de modo a que sejam permitidos despedimentos sem justa causa, nomeadamente, por razões políticas ou ideológicas*."(...)

*bold meu

O país rosa está a entrar, assustadoramente, em fase de alerta vermelho.

CB

País do esterco...

"(...)Por razões de pudicícia e para não expor ainda mais pessoa, não lhe chapo aqui com o nome, mas desenho-lhe a sombra com traço grossíssimo e levanto um rumor tal, em forma de trompa, para que de aqui se espalhe por toda a Blogosfera. *
É uma intelectual, respeito-lhe a postura, e temos em comum a paixão pessoana. Defende, como eu, que a Constituição Iluminista da Nação Portuguesa deve assegurar ao cidadão comum os instrumentos mínimos de instrução pública, que lhe permitam sobreviver na enorme deriva da Aldeia Global. Temos em incomum, e para grande dor minha, e dela, ter sofrido um tumor cerebral, o que poderia ter levado, nas derradeiras instâncias, à morte."(...)

*bold meu


CB

sexta-feira, julho 20, 2007

Chegaram!

foto daqui



Finalmente!


"Ai que prazer não cumprir um dever, ter um livro para ler e não o fazer"- Fernando Pessoa



Os relógios relegados para um plano de importância minimalista. Às três da matina ainda é dia e as dez da manhã assinalam a madrugada.

Borda fora alguns formalismos no vestuário. Os pés, no chão ou nos chinelos, libertados dos "calcantes" de bem parecer.



Sorver a luz e o calor do Sol para recarga de baterias.



Estou de Férias! Férias! Férias!



CB