segunda-feira, dezembro 26, 2005

BB



Ouvia hoje na Sic Notícias o Baptista Bastos e quero deixar registados dois interessantes comentários seus.
Um, sobre a passividade dos portugueses perante o imparável cortejo de escândalos nacionais, a qual, segundo ele e citando Anna Arendt, se prende com a "banalização do mal".
O outro, em que salientava com simpatia a onda de solidariedade que se levantou após o tsunami (que metáfora não propositada mais a propósito...) num mundo em que a palavra de ordem competitividade, inevitavelmente, tem imprimido mudanças no padrão de valores humanos.

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Natal, tempo de amor?

Não posso deixar de manifestar o meu nojo face a actos inqualificáveis, como este.

SIC

Espanha em choque


Três adolescentes queimaram uma sem-abrigo que acabou por morrer.

Special night...





A todos os amigos que vão passando, de quando em quando, por esta minha modesta casinha, desejo que não apenas esta mas todas as noites do ano sejam.........
Pensando melhor, não todas as noites pois deixariam, então, de ser especiais.

domingo, dezembro 18, 2005

Letras I

Deu-me para fazer uma reflexão sobre um percurso pessoal de fascinação pelas letras e palavras escritas.
Aos 3 anos, o meu pai, perante a minha insistência, pacientemente, foi-me ensinando o alfabeto. Quando chegava ao E, contrariava-o: qual E, mas então não se está a ver que é um pente? No F, o meu pai tinha que se confrontar, inevitavelmente, com a ideia de que estava perante um pente partido. Não percebia, então, porque razão a minha aprendizagem era motivo de gargalhada de toda a família que ainda hoje solta risadas lembrando a minha peculiar veia artística.
Vieram depois as histórias de encantar, infinitamente contadas. Qualquer variação era terrivelmente censurada, embora as novas artimanhas do lobo mau fossem escutadas de forma ávida quando devidamente justificadas.
Os livros de pano, a colecção da Formiguinha e outras afins, assim que aprendi a ler, foram todos lidos e relidos. A livraria Salema na Beira e mais tarde a Clássica eram templos onde eu e a minha irmã passávamos horas esquecidas enquanto a mãe deambulava entre compras de roupas e víveres.
A chegada dos Cinco veio criar algumas contrariedades pois que os TPC eram remetidos para as calendas gregas e porque as noites passadas a ler dificultavam os dias de olhos abertos e a atenção nas aulas. Esta colecção foi lida e relida vezes sem conta, a ponto de quase ser decorada. Sabia-se perfeitamente em que livro entravam os bandidos x, y ou z. Os Sete não trouxeram tanta emoção, nem a nova versão Enid Blyton de capa dura. Quase em simultâneo, a colecção azul do "Pequeno Lorde" e outros, em que se integravam títulos da Condessa de Ségur, que não lembro bem, a colecção da "Heidi" e da "Cabana do Pai Tomás", com temas que despertavam outros tipos de emoções.
Oh, os Astérix... criaram um novo reboliço lá em casa, a ponto de eu e a minha irmã reduzirmos muitos dos nossos diálogos a citações dos livros como que criando uma espécie de código de entendimento.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Inocente!

Hoje na escola todos procuravam a Júlia. Fui a primeira a vê-la. Um abraço forte mas curto perante a saraivada de outros abraços e clamores de alegria de todos os que acorriam para repetir abraços até à sua exaustão. Ela estava muito serena como quem ainda caminha na estrada feita de obstáculos, incredulidades e injustiças que inevitavelmente a endureceu. O Bernardo atordoado ainda...
O Nini chegará decerto domingo. Dentro dele um sem número de desabafos e denúncias... que o Luís nunca teve papas na língua. É um resistente que sempre teve uma elevada auto-estima e uma boa dose de coragem. Não se intimida, não. Já lhe disse que espero a tradução em palavras escritas desta longa saga de que foi protagonista. Daria muita matéria para um óptimo enredo a um John Le Carré...
Louvores para a união dos pilotos que de forma persistente se lançaram na luta pela justiça, para a comunicação social que não deixou cair o assunto no esquecimento, à família e aos amigos. Também palavras de gratidão para todos aqueles que aqui no mundo virtual sempre acreditaram na sua inocência e se mantiveram solidários.

Um Bom Natal para esta família que, finalmente reunida, o vai saborear ainda mais calorosa e intensamente.

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Natal - Jorge de Sena

Natal de 1971


Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm?
Dos que não são cristãos?
Ou de quem traz às costas
As cinzas de milhões?
Natal de paz agora
Nesta terra de sangue?
Natal de liberdade
Num mundo de oprimidos?
Natal de uma justiça
Roubada sempre a todos?
Natal de ser-se igual
Em ser-se concebido,
Em de um ventre nascer-se,
Em por de amor sofrer-se,
Em de morte morrer-se,
E de ser-se esquecido?
Natal de caridade,
Quando a fome ainda mata?
Natal de qual esperança
Num mundo todo bombas?
Natal de honesta fé,
Com gente que é traição,
Vil ódio, mesquinhez,
E até Natal de amor?
Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm?
Ou dos que olhando ao longe
Sonham de humana vida
Um mundo que não há?
Ou dos que se torturam
E torturados são
Na crença de que os homens
Devem estender-se a mão?

Jorge de Sena

Natal!!!!


A iluminação já aí está. O comércio fecha mais tarde. Por todo lado, pessoas que compram e compram e compram... Papéis coloridos e lacinhos. Isto é para a, aquele para b... Um fartote de presentes. Alguns úteis outros de uma inutilidade incrível. Só para cumprir a tradição. Que nem é, afinal. Antigamente, quando este frenesim de consumismo de bagatelas natalícias ainda não era moda, ofereciam-se aqueles presentes simbólicos como o gorro, as meias ou o cachecol executados artesanalmente ao longo do ano. Isso, nas terras nórdicas. E no sul? Bem, já sou do tempo do sapatinho, felizmente cheio de livros, muitos livros que desembrulhava ansiosa e deslumbrada. E aquela sombrinha chinesa... e as bonecas de papel que recortava e vestia imaginando histórias lindas... Era no dia 25 de manhã que acorríamos à cozinha para ver o que o Menino Jesus tinha deixado e não à meia noite como agora. Em minha casa ele não precisava de se apressar. De resto, não havia, também, nem presépio nem árvore de Natal pois que a simbologia da época não tinha lugar lá em casa. Uma coisa que me ficou, dado que até hoje nunca enfeitei a minha casa. Minto. Costumo colocar na mesa uma toalha com motivos natalícios que me deram há anos. Questão de utilidade.
As portas da vizinhança têm decorações diversas e pelas várias janelas já se solta o pirilampear das luzes da árvore de Natal. Uma coisa que me incomoda bastante é o último grito das modas de Natal. Vejo Pais Natal pendurados em janelas e varandas. Uns parece que vão a trepar mas outros dá ideia que acabaram de se enforcar. Eles lá sabem do estado do país... e do mundo.
Enfim... não morro de amores por esta euforia da quadra. É o desperdício de dinheiro, daqueles que podem, em brinquedos sofisticados que depois de alguns dias são postos de lado, num percurso "educativo" que acrescenta todos os dias a ideia do fácil: "eu quero...eu tenho". São as palavras de amor que então abundam, dando um pouco a ideia de que são dispensáveis nos outros dias do ano. Coisa semelhante ao dia Internacional disto e daquilo. Daí que muitas vezes me soam a hipocrisia. Mais ou menos como a amnistia de Bush relativamente aos perus do dia de Acção de Graças, quando a pena de morte é praticada sobre os humanos.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

O fiel jardineiro


Ontem fui com a Mi ao cinema.
Já tinha lido o livro: John Le Carré no seu melhor. Ao longo das páginas não precisei de fazer nenhum esforço para que as imagens descritas desfilassem familiares pelos olhos da memória. Enquanto lemos compomos as imagens, obviamente, de acordo com uma realidade reconhecida.
No filme encontrei variações, tendo em conta os grupos étnicos presentes, diversos dos que a minha memória registou através da leitura do livro. Contudo, as paisagens, a vida nas cidades africanas, essas, foram imagens que acorreram de forma mais fidedigna.
Os aviões, que distribuem mantimentos em savanas de fome, idênticos aos que via levantar todos os dias do aeroporto de Luanda, rumo ao um qualquer ponto onde a ajuda humanitária é precisa.

A essência da obra: um laboratório em África, cobaias humanas sob o peso da miséria e das alianças corruptas entre transnacionais farmacêuticas e os poderes nacionais.

Mesmo assim, as cenas finais das crianças que ainda soltam risadas e intentam deixar entretecido com a revolta um muito fino fio de optimismo...

Gostei também da homenagem feita à mulher africana: "ela faz a casa e o homem a guerra" e "Deus criou primeiro o homem mas aperfeiçoou-se à segunda tentativa quando criou a mulher".

PS- A vantagem do livro sobre o filme é que o livro é apreciado e digerido mais lentamente, e exercita mais intensamente a capacidade imaginativa.

sábado, novembro 26, 2005

Diálogos póscoloniais

Hoje, a sessão de Diálogos Póscoloniais foi valorizada com a presença de José Luís Cabaço, que foi ministro dos Transportes do I Governo de Moçambique, um profundo conhecedor e investigador da História de Moçambique, e da sua esposa, a brasileira Rita Chaves, especialista em Literaturas Africanas, particularmente da angolana.
O primeiro falou do processo de libertação, da estruturação de formas de resistência, da dualidade colonial que, após os momentos de diálogo no período revolucionário, se recompõe hoje com idênticas tonalidades. A modernidade africana é externa na sua essência e coexiste dialecticamente com os sistemas tradicicionais, o que torna difícil a comunicabilidade. Afirmou, também, que a polarização dual na época colonial era bem mais forte em Moçambique que em Angola.
Rita Chaves referiu, desde logo, que estudar a literatura angolana é percorrer o roteiro da utopia. Tal utopia baseia-se na crença numa junção equilibrada de dois mundos, o da tradição e o da modernidade. Privilegiou a análise de Luandino, de Pepetela e de Ruy Duarte que protagonizam, entre outros, quase toda a reflexão sobre a sociedade angolana, ocupando o espaço vazio da História que continua por fazer. Nesse aspecto, Moçambique avançou muito mais, talvez por não ter tido um tempo de conflito tão alargado como Angola.

sábado, novembro 19, 2005

Divagação em torno da Harriet


foto australiazoo

Harriet fez 175 anos terça-feira. Terá sido, dizem, capturada nas Ilhas Galápagos por Charles Darwin, em 1835, e vive hoje no Zoo na Austrália.

Parabéns Harriet!


A bichinha anciã tem sorte em não viver em Portugal, senão já teria sido sondada para candidata à Presidência da República a fim de derrotar Cavaco Silva.

(Pardon, Marocas! Com todo o respeito por si mas não lhe darei o meu voto. Dá-me náuseas toda a campanha que vai aqui pela net para o desmerecer e gostava mesmo era que continuasse a intervir na sociedade bem acima destas andanças partidárias. A minha intensa raiva vai direitinha para o governo do partido que o sustenta e que eu ajudei a eleger. Concordo que o país precisa de reformas mas pensadas e pesadas, não o disparate de disparar às cegas para todo o lado e dividir para reinar.)

Há festa cá no sítio...

Desde manhã que se nota a azáfama dos preparativos. Carros de reportagem e de imagem, entre outros, gente que sai e que entra com ar atarefado.
É um espectáculo do campeonato mundial de uma qualquer luta, mistura de arte marcial com kickboxing, protagonizada por campeões do mundo e arredores, quiçá alguns marcianos. Coisas que só com uma arma apontada à cabeça iria ver.
A razão deste meu post, é mais pelas bandeiras que se colam à minha visão deste 2º andar. A portuguesa e a da UE, ladeadas pela vermelha de Cascais e a pequena amarela da Junta de Freguesia de Carcavelos. Na extrema direita (ups) a branquinha, a do Clube Recreativo dos Lombos, o anfitrião.
A partir das 17.30 horas, aqui o sítio vai perder a paz que o caracteriza. Serão os carros, as vozes, a polícia e depois o burburinho e aplauso dos espectadores quando os intervenientes lhes derem razões para tal. Após os primeiros acordes da barafunda será altura de colocar uma boa música bem alta e fingir que nada se passa.

sexta-feira, novembro 18, 2005

O céu chorando por ti...

18 de Novembro de 1983. Uma terrível tempestade abateu-se sobre a noite de Lisboa e vizinhanças provocando memoráveis cheias. Mal a senti, tão alheada estava por uma outra tempestade, incomensuravelmente maior, que acabava de desabar sobre o meu eu estupidificado pela dor.
Tu não pudeste já compará-la com aquelas outras imponentes tempestades tropicais que não podias esquecer. Resolveste dizer-nos adeus quando o céu já se enlutava por ti, papá, e transformaste a nossa noite num pesadelo acordado.
Lembro que o rio Tejo amanheceu castanho do tanto que roubou às margens pelo caminho e caudaloso das águas que bebeu do céu, tão tumultuoso como o meu eu envolto num turbilhão de mágoas inconformadas.
Não consegui então chorar, talvez porque o céu o fez abundantemente por mim, ou porque até hoje nunca acreditei que te perdi, meu pai.
As últimas palavras que te ouvi ressoam ainda nos meus ouvidos: "Ardeu o abacateiro, filha...". Soube então que andavas pelo quintal da nossa casa cuidando-o como sempre fizeste e que te fundias numa das muitas árvores que a tua mão dedicada plantou e acarinhou.

segunda-feira, novembro 14, 2005

Para além da curva do rio...

Dedico este conto à minha prima MH com aquele abraço bem solidário...



Todos os dias Saquina mete os pés descalços na estrada meia de terra, meia de alcatrão.
Em que pensa nesses longos trajectos de vai vem diários? Não conhece a televisão, não recorda novelas, não lê, não tem luz eléctrica nem água canalizada, nem obviamente máquinas de lavar. Não sabe o que é um arranha-céus e quando lhe contaram que as Twin Towers tinham caído não percebeu a tragédia. Milhares de pessoas mortas. Saquina não imagina quantas pessoas compõem o milhar.
Saquina só sabe que tem de dar muitos passos, diariamente, no vai e vem da água. Se são centenas ou milhares, não faz ideia. Nunca viu um mapa e nem saberia interpretá-lo. O mundo, para ela, é aquele à beira rio, que desabou um dia quando lhe levaram os irmãos para a guerra e a violaram. Chorou de dor, chorou de raiva. Ficou aquele filho que é só dela. Arranjou marido, sim. Um pescador. E mais cinco filhos. No meio do vinho, a pancada que lhe descarrega pelo corpo abaixo, já nem dói. Nem sente, quando abre as pernas para despachar. Nesses momentos, pensa apenas que no dia seguinte vai carregar a água, lavar a roupa ao rio, tratar da horta, apanhar a lenha, fazer a fogueira, preparar a comida. Sempre de olho nos quatro catraios que ainda por ali andam, correndo entre as cubatas. Os outros dois já partiram para a cidade grande, como acontece com todos os jovens da aldeia que correm, naturalmente, atrás dos rumores sobre a felicidade do ter.
Do que Saquina gosta mais, é dos momentos em que vai e vem na rotina da água. Da paisagem, daqueles tons das árvores, amarelecidos e verdes, dos pássaros que lançam chilreios e gritos estridentes, da terra vermelha, do céu azul. É no rio, contudo, que Saquina resplandece. Senta-se naquela pedra, sempre a mesma, deixando os pés refrescar mergulhando-os prazenteiramente nas suas águas. Balança-os ritmadamente ouvindo o chap-chap que fazem no entra e sai da água. Lança um suspiro e sorri. É então senhora do mundo. É livre. É na solidão dos seus dias à beira deste rio que Saquina encontra a paz e o alento para enfrentar as noites da sua vida.
Não sabe de onde vem aquela corrente de águas escuras nem onde termina. Pensa, então, que um dia ganhará coragem para se deitar na pequena jangada que jaz entre as ramagens. Deixá-la-á deslizar para além daquela primeira curva que vislumbra sentada na sua rocha e, acompanhando o movimento das águas, perpetuará a sua solidão e a sua liberdade viajando até ao fim dos seus dias em busca do fim do rio. Ou do princípio do desconhecido.
MC

sexta-feira, novembro 11, 2005

Parabéns, avó Maria!


O dia 11 de Novembro tem um significado muito especial para mim.
É o dia de S. Martinho inscrito no imaginário mítico como simbologia da generosidade e presente no calendário religioso. O santo, pela dádiva da sua capa ao mendigo num dia de frio intenso, recebeu como recompensa divina o calor extemporâneo de um sol estival. Esse verão de S. Martinho agraciou-nos, sem dúvida, hoje, embora um frio de rachar já ameace esta noite. Com castanhas e água-pé, por todo o lado a tradição do magusto cumpre-se, unindo as pessoas em redor das mesas, estimulando a concórdia em agradáveis convívios.
Como factos históricos, temos que foi neste dia, em 1918, que foi assinado o armísticio entre os intervenientes da 1ª Guerra Mundial, pondo fim às hostilidades. É, pois, um dia que marca a paz. Este 11 de Novembro comemora, também, os trinta anos de independência de Angola que hoje, erguendo-se das ruínas de uma guerra trágica, parece ter encontrado a necessária paz para construir um futuro na via para o desenvolvimento.

É, contudo, por outro motivo, que este dia se assume como particularmente significativo em termos pessoais. Ela, a matriarca da família, fazia anos. Aquela mulher firme, lutadora, autónoma, que sempre foi o pilar da família. Aquela que sem rasgados sorrisos, ousava tudo e sabia ver para além do aparente. Só ela, com uma personalidade ímpar, durante a sua vida, conseguiu congregar toda a família. Era neste dia, após a diáspora dos ramos residentes em terras africanas, que todos nos juntávamos num almoço em torno do seu olhar luminoso e determinado. Era? Não. Ainda hoje, já mais de dez anos sobre a sua morte, é o momento em que se perfilam os abraços, o estás mais gorda ou mais magra, o como vai a tua vida, num cenário de reencontros e de conviviabilidade familiar.
É claro que isto não importa a mais ninguém que não a mim. Não podia, contudo, deixar de o registar como homenagem a uma mulher que tanto admirei e que transmitiu para as gerações seguintes um legado de valores e princípios que constituem directrizes na minha vida.
Parabéns avó Maria!

domingo, novembro 06, 2005

News do dia...


Paris arde, en colére, fazendo erguer de gavetas projectos adormecidos há 25 anos, no Brasil Bush é vaiado, há confrontos israelo-palestinianos, um tal Câmara Pereira quer entrar numa linda falua que vai pra Belém, enquanto o papa Bento XVI muda de alfaiate porque, debaixo da vestimenta feita por quem veste o papado desde o século XIX, apareciam as peúgas enfiadas em sapatos do conceituado e caro estilista Prada.

De um fôlego e em síntese, as ideias que me ficaram das news da TV no dia de hoje.

sábado, outubro 29, 2005

Teocracias...


Presidente iraniano, Mahamud Ahmadinejad apelou abertamente, a que o Estado de Israel seja "riscado do mapa".

Há uns anos, assisti a uma conferência subordinada ao tema Holocausto. Durante três dias foram apresentadas, por especialistas na matéria, várias reflexões sobre o assunto. Alguns testemunhos vivos e descendentes dos que viveram aquele horror também desfiaram, emocionados, as suas memórias doloridas.

Uma das questões colocadas e debatidas foi a seguinte:
"Se existisse um território onde se baseasse a nação judaica, um Estado de Israel reconhecido e com lugar entre as nações do mundo, teria acontecido o Holocausto?"

Quando é que os povos deste planeta admitirão que deve haver lugar para todos?

Porquê o temor de que a democracia more a "paredes meias" com os estados teocráticos? (uma criação das "forças de opressão mundiais"como "um posto avançado para expandir as suas ideias no próprio coração do mundo islâmico". - disse Ahmadinejad -SIC online)

Já tentei fazer um esforço para entender razões históricas, religiosas, políticas, económicas... e concluo que já não tenho pachorra para aturar fanatismos e intolerâncias medievais, venham de que quadrante vierem.

Protestos belgas

SIC

Oitenta mil belgas na rua

Trabalhadores lutam contra aumento da idade de reforma.
Mais de 80 mil trabalhadores iniciaram hoje uma jornada de protesto contra a intenção do Governo belga de aumentar a idade de reforma dos 58 anos para os 60 anos.



Por cá, no ensino, reformar-me-ei aos 65 anos de idade, com 47 anos de serviço. Quem me mandou começar a trabalhar cedo?
Hipocrisias...
A teórica apologia da vida e o que se deseja realmente é que se morra a trabalhar.
Descontos de uma vida desperdiçados, mal investidos, por uma corja de incompetentes que nos vêm governando ano após ano.
Tenho dificuldade em acreditar que aguente firme e saudável, durante mais 12 anos a lidar com alunos com comportamentos cada vez mais difíceis, sem objectivos e sob o dedo acusatório de uma opinião pública que desconhece a verdadeira dimensão do desgaste e das angústias de um professor dos nossos dias.

terça-feira, outubro 25, 2005

Estes "romanos" são loucos!


Um novo blog com material que daria pano pra mangas ao Goscigny e ao Uderzo, tal a comicidade e o ridículo que se vão acumulando no cenário político português.

A ir visitando, que matéria-prima não vai, decerto, faltar. Adorei recordar, por exemplo, o discurso de Tulius Detritus sobre o Sr. Silva.


O Presidente sou eu

segunda-feira, outubro 24, 2005

Ad duo



24 de Outubro de 1974.
16 h em Moçambique.

Tempos conturbados, esses.

Um tabelião vesgo regista
o início legal de uma vida ad duo.

Hoje, em 2005, chegou-me este ramo de rosas com um cartão que dizia: "Tu és importante-um beijo do marido"

31 anos que passaram...

PS: Grata também à avezinha cúmplice ...

sábado, outubro 22, 2005

Livro das Encantações


Livro das Encantações

Ana Mafalda Leite

É quando cresce o corpo do poema. Da mais estrema infância. Moçambique, nome a desocultar-se. Suas declinações. Em Ana Mafalda Leite, sempre pressenti e li esse canavial, lá onde o Zambeze alarga suas margens. Fosse na mais pura ou minimal exaltação lírica, na pose-corpo da palavra evolando odores de especiarias de coreográfica sedução, fosse na assunção dessa torrente quase erótica, desnudez do desejo com tecidos-panos em jogo de Xerazzade a cada verso desadormecendo o Tempo, a poeta de Rosas da China ou de Em Sombra Acesa, há muito se andarilha fascinada, como Cecília Meireles, pelos muitos Vaga-lumes e Ecos que lhe iluminam e ressoam na escrita. Um secreto pudor a suspende onde ela sabe a evidência da carne viva. E é quando a envolve de oiro e de esmeraldas, metáforas de uma estesia explodindo de dentro. Agora se reencanta e invoca as vozes, canoando no rio-oceano deste livro. Sempre em Moçambique houve mundo e dele, com ele, se navegou, ancorou, outrou.

Luís Carlos Patraquim

in
Editorial Caminho

Volta à estrada


Aos meus amigos:

Vou voltar à estrada...

àquela de que me desviei faz agora 5 anos e que faz diminuir de forma drástica o tempo livre. Os dias serão demasiado curtos para a quantidade de trabalho que aí vem. Sei que entenderão as minhas ausências e que terei o vosso apoio e encorajamento.

Também para vós o meu empenho nesta tarefa, pelo interesse que vos reconheço num maior conhecimento da História daquele cantinho africano à beira Índico.

quinta-feira, outubro 20, 2005

Déjá vue...


Bar e refeitório fechados. Greve de funcionários. A confusão instalada na escola. Os alunos em tropel, num burburinho crescente, sobem as escadas até ao CE. São corridos e lá fora reclamam ruidosamente o almoço. É com o cartão da escola, antecipadamente carregado, que compram a senha para o refeitório ou adquirem no bar algumas refeições ligeiras.
Ao meio dia toca para as aulas e os professores dirigem-se para a porta a fim de se distribuirem pelos pavilhões de aulas. Os alunos concentram-se no pátio, impedindo-os de prosseguir. Gritam em uníssono "queremos comer". A união transformada numa força incontestável. A autorização superior, para saírem da escola a fim de ir almoçar, saíu inevitavelmente. Foi, enfim, a "conquista" de um bloco sem aulas... neste caso, com um motivo pertinente.
Um sorriso me perpassou pelo rosto ao apreciar que a força reivindicativa ainda assoma e se propaga entre os jovens quando pensam que lhes assiste a razão.
Reflecti e quase ouso dizer que é um sintoma significativo face ao estabelecimento de uma "ditadura mansa" no nosso país que se vai reflectindo e reproduzindo nos pequenos nichos de poder. São a já tendência para a prepotência de uns ou os medos de outros face aos superiores hierárquicos...
Logo à noite ouvirei dizer, decerto, que em todo o país a greve mal foi sentida e blá blá... que tudo correu normalmente.
Ontem, falava ao 11º ano do Contrato Social de Rousseau, do princípio de soberania do Povo que pode pôr e depôr governantes quando sente que estes falham. Cada vez me convenço mais que quem nos governa conhece muito de números mas pouco das lições da História, o que é de todo lamentável.

segunda-feira, outubro 17, 2005

Isto é arte!



Imperdível!

Uma das vertentes da sublime arte de Inez Andrade Paes ...

A admirar neste local, a partir da informação confiscada à IO.

Que soberba captação de um olhar!

Pergaminhos de Salamanca

Salamanca tem nos seus pergaminhos a reputada Universidade criada nos princípios do século XII e designada por Alfonso X, o Sábio, como um dos quatro faróis do conhecimento, a par de Bolonha, Oxford e Sorbonne.
Muitos portugueses que buscavam as luzes do saber percorreram no passado os caminhos para Salamanca e, ainda hoje, os excedentários do limitado sistema de ensino português ali acorrem procurando a justa correspondência às suas expectativas e vocação. Os que o podem pagar, certamente!

Deslumbramento...


Um cenário majestoso de serena beleza,
me fez quedar extasiada
naquela ponte em Salamanca.

domingo, outubro 16, 2005

A ler


Reportagem sobre o Nini no Correio da Manhã

16 Out 2005

Mensagem do Nini

Do Nini recebi agora esta mensagem:

UM GRANDE BEIJO PARA TI E PARA TODAS AS PESSOAS QUE ACREDITAM EM MIM FOI DE FACTO MUITO BOM.......PARABENS A TODOS

NINI

sábado, outubro 15, 2005

Crónica de mais um dia de luta pela Justiça!


Perto das cinco da manhã já se perfilavam no ponto de encontro junto ao aeroporto dezenas de pilotos, equipas de televisão e amigos do Nini, prontos a embarcar no autocarro que nos levaria a Salamanca. Era o dia do início da Cimeira Ibero-Americana e propício à sensibilização de Hugo Chávez para o problema da prolongada detenção, sem julgamento, de um inocente apanhado nas malhas de uma teia feita de contornos e cumplicidades estranhas.
Feita uma paragem na Guarda, tomou-se o matabicho e ocultaram-se os cartazes cuja visibilidade podia comprometer a passagem na fronteira.
Por volta das 11, hora espanhola, chegávamos ao destino, sem sobressaltos. Desde logo observámos o aparato de segurança. Helicópteros, a presença da polícia por todo o lado, a pé ou automobilizada que nos controlava sem disfarce mas sempre de forma correcta e tolerante.
Conseguimos chegar a um ponto a cerca de 200 ou 300 metros do local onde iria ter lugar a Cimeira e de passagem de inúmeros peões. A polícia autorizou-nos a fixação no local durante cerca de meia hora que foi aproveitada para que as televisões divulgassem as imagens e fossem feitas entrevistas. Os pilotos, aprumados nas suas belas fardas, colocados ao lado do grande cartaz, enquanto nós entregávamos aos passantes cópias A4 do mesmo, em inglês e castelhano. Algumas palavras de admiração e louvor, tenho de dizer, pela atitude manifestada pelo povo espanhol, de interesse e compreensão pelo problema, bem diversa da que senti em Lisboa onde alguma indiferença e incompreensão foram evidenciadas por algumas pessoas. Foi-me dito por cá: se está preso é porque é culpado! Ponto final. É triste verificar o julgamento sumário de quem se está nas tintas para o sofrimento alheio e nem procura explicações para os acontecimentos. Infelizmente todos constatamos o carácter individualista e mesquinho do povo luso como já era afirmado por Basílio Teles, Eça ou Ortigão no século XIX. Não mudámos muito!
Os espanhóis com familiares na Venezuela, ou outros que lá haviam vivido, garantiram-nos saber bem qual a realidade daquele país, lamentando o sucedido ao Nini e mostrando preocupação quanto à forma de condução do processo. Confirmaram-nos apenas o que já sabíamos bem. É reconfortante, contudo, a solidariedade.
O boato de que Chávez não havia chegado corria célere, quiçá numa tentativa de desmobilização, mas finalmente foi confirmada a sua presença. A polícia mandou-nos, entretanto, dispersar e dirigimo-nos à Plazza Mayor onde circulavam muitas pessoas, depois de uma qualquer cerimónia pública que não identifiquei. Após alguns largos minutos a polícia falou com o representante dos pilotos, "sugerindo" que o tempo tinha acabado e que devíamos recolher, ou seja, dar por finda a manifestação e ir embora. Assim fizemos, pacificamente, escoltados até ao autocarro por policiais a pé e por um carro blindado. Os helicópteros brindavam-nos também com a sua sonora e visível presença, deambulando por sobre as nossas cabeças.
Eu e duas colegas avançávamos vagarosamente pela ponte enquanto sorvíamos a majestosa paisagem e eu lhes falava da história de Salamanca. Eis que as sirenes policiais se fizeram ouvir e assistimos à passagem a alta velocidade de diversos carros topo de gama, dentro dos quais seguia a comitiva de vários países sul-americanos: Brasil, Panamá, Venezuela... Pensámos ter vislumbrado o Chávez e agitámos freneticamente pequenos papéis enquanto mostrávamos as t-shirts com a foto do Nini e a palavra INOCENTE. Ao nosso lado, um homem atirava para a frente o peito, onde se podia ler: Morte ao Fidel. Mais ao fundo, a Bela e o Duarte agitavam a bandeira portuguesa.
Seguidos pela Polícia até ao limite da cidade, parámos num restaurante para almoçar e fazer o balanço do dia.
Positivo. Atingimos os objectivos. Tivemos visibilidade.
Foi mais um dia em que a solidariedade foi a palavra de ordem. Enterneci-me por ver e sentir o calor solidário dos pilotos, colegas de profissão, que não desarmam. Podia ter sido qualquer um de nós-diziam. Foi o Nini e por ele lutaremos até ao fim. Como nós, os amigos do Nini e da Júlia. Como gostaríamos que se fizesse por cada uma das pessoas injustiçadas no mundo e por nós próprios.
Dia 24 fará 1 ano que o Nini foi detido. Será mais um momento desta luta sem um previsto fim à vista. Para dia 27 está marcado o 21º julgamento que será o 1º..... (?????)
Um forte abraço ao Nini e a minha total solidariedade.

quinta-feira, outubro 13, 2005

Reflexão interessante

O que está em questão

Ninguém duvida de que a próxima eleição presidencial não é uma eleição como as outras. Não se trata de mais uma eleição rotineira, de que resultará um pacato Presidente pronto a ajudar a gerir um país, um sistema político e uma economia em velocidade de cruzeiro. Bem pelo contrário, trata-se de uma eleição para saber quem estará aos comandos quando se der o contacto com o solo, numa altura em que os reactores parecem estar a falhar e o trem de aterragem ameaça não baixar. A escolha é entre ter um comandante que garante o despiste e o incêndio, e outro que evite o pior, mesmo que saltem bocados da fuselagem no meio da mais arriscada das operações. Por isto mesmo, importa ter uma noção precisa do que está em questão.
(...)
O próximo Presidente da República vai exercer o seu mandato em circunstâncias de falência sistémica, política e económica. (...)

luciano amaral in DN, 13 Out. 2005

Ao Gil!


entrevista

Lygia Fagundes Telles


"A escrita é um ofício de coração e paixão"


Serve-lhe para quê a palavra escrita?
É uma ponte que estendo ao leitor na tentativa de o atingir.
(...)
Sou uma autora do Terceiro Mundo, comprometida com as diferenças, as desigualdades sociais. Para mim, é essencial que a escrita tenha coração e compaixão. A arte dá esperança, coragem.
(...)
Machado de Assis escreveu "Esta é a glória que fica, eleva, honra e consola." Falava da escrita, dessa paixão que nos leva a dar o que temos nas mãos.

A escritora brasileira Lygia Fagundes Telles recebe hoje, às 16.00, em Serralves, o Prémio Camões.
Ao DN fala da criação literária, da loucura, do amor e da morte
Ana Marques GastãoDN- Natacha Cardoso

segunda-feira, outubro 10, 2005

Nada que me assombrasse...


Eram 19 horas quando comecei por esboçar um sorriso perante as primeiras previsões que foram anunciadas. O cartão vermelho ao autista PS. Carrilho, João Soares e Assis, metendo a viola no saco. Sócrates, disfarçando a vontade de demitir o povo para o qual não é inteligível a sua governação.

O sorriso transformado em esgar raivoso e inconformado ao constatar, ainda que sem assombro, a vitória destacada de três independentes a contas com a justiça. Confirmada, dolorosamente, a indigência moral e mental de uma boa fatia do povo a que pertenço. Vergonhoso!

A gargalhada ao aperceber-me que Manuel Alegre ultrapassa nas sondagens Mário Soares.

O caminho está aberto para a entrada em glória de Cavaco, ornado das certezas de uma vitória fácil. Ninguém quer nada com este PS e a estrada para Belém será por ele trilhada como quem passeia, apreciando a paisagem. A não ser que...

domingo, outubro 09, 2005

Portugal também!


Portugal-2/Liechenstein-1

Lá estaremos no Mundial!
Pela 41ª vez na Selecção, Pauleta marcou. Nuno Gomes presenteando-nos com o segundo golo, 2 minutos após a sua entrada em jogo. Numa partida sem história, mas com estádio cheio, lá seguimos em direcção a 2006.

Força Selecção das Quinas. Num Portugal tão triste que haja algumas alegrias...

sábado, outubro 08, 2005

Palancas Negras


Ruanda-0 / Angola-1

Os Palancas Negras apurados para o Mundial na Alemanha.

Junto a minha alegria por este feito à de todos os meus amigos angolanos .


Parabéns Angola!

Deixa-me rir...

Sintra: Sócrates avisa que só o PS pode derrotar o PSD

Deixa-me Rir ...

(Imediatamente me ocorreu este tema de Jorge Palma, vá-se lá saber porquê... João Soares em Sintra? Carrilho em Lisboa? Assis no Porto? Arrobas em Cascais? Oh sr. engenheiro, prevejo o desaire que a sua arrogância ainda não lhe permitiu dar conta. E depois, espere pelas presidenciais.)


porque:


Eles Já Estão Fartos

Eles já estão fartos de saber o que tu queres deles.
Eles já estão fartos de saber quem quer vendê-los.
Eles já estão fartos de ouvir dizer: tem que ser. (...)

Faz-te imensa confusão vê-los tristes e cansados.
Para ti, eles não passam de uns preguiçosos(...)


Aproveito, ainda, para manifestar o quanto aprecio Jorge Palma.

sexta-feira, outubro 07, 2005

Autárquicas em Cascais


No domingo vou votar Capucho para a Câmara de Cascais. Atribuo-lhe o mérito de ter contribuído, de forma visível, para a melhoria da qualidade de vida dos habitantes do concelho. A título de exemplo, saliento a construção da nova Biblioteca Municipal, do Pavilhão Desportivo dos Lombos e a renovação do espaço ribeirinho, em Carcavelos. Após a decepção da arrepiante gestão Judas, pela primeira vez na vida, encontro-me a votar dentro do quadrante do PSD.

Se não bastasse a acção satisfatória deste autarca no concelho e o reconhecimento da sua integridade moral, acrescentaria ainda o facto de que me obrigo a votar contra o PS, partido ao qual, ao longo de 30 anos, me mantive fiel.
Porquê?
Pelas suas medidas avulso, onde há ausência total de diálogo e de um estudo prévio sobre os consequentes impactos das mesmas. À boa maneira portuguesa, escrevem-se os ditames em cima do joelho e quando as explosões se fizerem sentir, não há responsáveis. Ou seja, há, mas são sempre responsabilidades imputadas a outros, já sem rosto e diluídos no tempo.
Porque Sócrates não pediu mais Câmaras mas mais votos no PS, inconsciente ainda das consequências dos seus disparos a torto e a direito, espero bem que estas eleições possam demonstrar-lhe que o que interessa ao país não é a retirada brusca e não dialogada do tapete debaixo dos pés dos portugueses mas a eficácia resultante de medidas bem pensadas e devidamente avaliadas.
Um edifício não começa a ser construído pelo tecto, Sr. Sócrates! Creio, enfim, que Marques Mendes crescerá um palmo e meio no domingo... o que aplaudirei.

Ora então, voto em Capucho e, pela primeira vez no laranja. Ups!

quinta-feira, outubro 06, 2005

Ao Zé!

Farias hoje 58 anos, meu amigo.

De ti, recordo intensamente o humanismo, a alegria, a inteligência, a cultura, o sentido de justiça, o carácter...
Todas essas qualidades tornadas fragilidades na hora em que teimaste que lucidez era ficar e lutar pelos ideais enquanto os teus amigos partiam.

Ficaste e acabaste engolido pela decepção. Pela decepção gerada por uma luta inglória.
A minha eterna admiração por ti!

quarta-feira, outubro 05, 2005

Votarei no Poeta!



Manuel Alegre diz que não se candidata contra ninguém e que pretende unir a esquerda. Na SIC Notícias, na primeira entrevista desde que anunciou que é candidato à Presidência da República, criticou Mário Soares. Manuel Alegre diz que o candidato apoiado pelo Partido Socialista tem uma ideia de República demasiado dependente das máquinas partidárias.

SIC Notícias, 4/10/05


Pois... Estava um pouco farta de candidatos contra Cavaco. Prefiro de longe um candidato a favor de uma união.
Sempre gostei de Mário Soares mas, este querer voltar extemporâneo e a força da máquina partidária por trás da sua candidatura fez com que a minha admiração por ele diminuisse substancialmente. Tenho pena quando os mitos se desvanecem. Não votaria nele. Sei que, como eu, muitos portugueses estão decepcionados. Com Soares e com o PS.
A sensação que me fica, ao momento, é a de que dois nomes se perfilarão numa segunda volta: Alegre e Cavaco. Entre os dois, indubitavelmente, prefiro um homem das Letras, um humanista, a um homem dos números, não tão sensível às questões sociais.

Porque"...há sempre alguém que diz não",

para ti, o meu voto, Poeta!

terça-feira, outubro 04, 2005

5 de Outubro. Feriado...



5 de Outubro. A implantação da República foi há 95 anos. Sou republicana e, por isso, é um dia cuja comemoração tem a minha simpatia.

Contudo... o que me agrada mesmo muito é que seja feriado.
Uff! Descansar um pouco. Não levantar às 7 da matina. Não olhar relógios. Ir fazendo...

Viva a República!!!!

sábado, outubro 01, 2005

Mundivagâncias...



...divagar,
conforme as vagas de humor
e os vagares possíveis,
vagueando
pelo meu e outros mundos.