sexta-feira, dezembro 09, 2005

Natal!!!!


A iluminação já aí está. O comércio fecha mais tarde. Por todo lado, pessoas que compram e compram e compram... Papéis coloridos e lacinhos. Isto é para a, aquele para b... Um fartote de presentes. Alguns úteis outros de uma inutilidade incrível. Só para cumprir a tradição. Que nem é, afinal. Antigamente, quando este frenesim de consumismo de bagatelas natalícias ainda não era moda, ofereciam-se aqueles presentes simbólicos como o gorro, as meias ou o cachecol executados artesanalmente ao longo do ano. Isso, nas terras nórdicas. E no sul? Bem, já sou do tempo do sapatinho, felizmente cheio de livros, muitos livros que desembrulhava ansiosa e deslumbrada. E aquela sombrinha chinesa... e as bonecas de papel que recortava e vestia imaginando histórias lindas... Era no dia 25 de manhã que acorríamos à cozinha para ver o que o Menino Jesus tinha deixado e não à meia noite como agora. Em minha casa ele não precisava de se apressar. De resto, não havia, também, nem presépio nem árvore de Natal pois que a simbologia da época não tinha lugar lá em casa. Uma coisa que me ficou, dado que até hoje nunca enfeitei a minha casa. Minto. Costumo colocar na mesa uma toalha com motivos natalícios que me deram há anos. Questão de utilidade.
As portas da vizinhança têm decorações diversas e pelas várias janelas já se solta o pirilampear das luzes da árvore de Natal. Uma coisa que me incomoda bastante é o último grito das modas de Natal. Vejo Pais Natal pendurados em janelas e varandas. Uns parece que vão a trepar mas outros dá ideia que acabaram de se enforcar. Eles lá sabem do estado do país... e do mundo.
Enfim... não morro de amores por esta euforia da quadra. É o desperdício de dinheiro, daqueles que podem, em brinquedos sofisticados que depois de alguns dias são postos de lado, num percurso "educativo" que acrescenta todos os dias a ideia do fácil: "eu quero...eu tenho". São as palavras de amor que então abundam, dando um pouco a ideia de que são dispensáveis nos outros dias do ano. Coisa semelhante ao dia Internacional disto e daquilo. Daí que muitas vezes me soam a hipocrisia. Mais ou menos como a amnistia de Bush relativamente aos perus do dia de Acção de Graças, quando a pena de morte é praticada sobre os humanos.

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