Hoje, a sessão de Diálogos Póscoloniais foi valorizada com a presença de José Luís Cabaço, que foi ministro dos Transportes do I Governo de Moçambique, um profundo conhecedor e investigador da História de Moçambique, e da sua esposa, a brasileira Rita Chaves, especialista em Literaturas Africanas, particularmente da angolana.
O primeiro falou do processo de libertação, da estruturação de formas de resistência, da dualidade colonial que, após os momentos de diálogo no período revolucionário, se recompõe hoje com idênticas tonalidades. A modernidade africana é externa na sua essência e coexiste dialecticamente com os sistemas tradicicionais, o que torna difícil a comunicabilidade. Afirmou, também, que a polarização dual na época colonial era bem mais forte em Moçambique que em Angola.
Rita Chaves referiu, desde logo, que estudar a literatura angolana é percorrer o roteiro da utopia. Tal utopia baseia-se na crença numa junção equilibrada de dois mundos, o da tradição e o da modernidade. Privilegiou a análise de Luandino, de Pepetela e de Ruy Duarte que protagonizam, entre outros, quase toda a reflexão sobre a sociedade angolana, ocupando o espaço vazio da História que continua por fazer. Nesse aspecto, Moçambique avançou muito mais, talvez por não ter tido um tempo de conflito tão alargado como Angola.
1 comentário:
Eis uma análise que sempre interessa para quem, como eu, sou ávida em saber, em saberes...beijo, th
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