quarta-feira, julho 04, 2007

Letra Para Um Hino



imagem copiada daqui.


Porque neste Portugal, pouco a pouco amordaçado, é preciso recordar que...

Letra Para Um Hino

É possível falar sem um nó na garganta.
É possível amar sem que venham proibir.
É possível correr sem que seja a fugir.
Se tens vontade de cantar não tenhas medo: canta.

É possível andar sem olhar para o chão.
É possível viver sem que seja de rastos.
Os teus olhos nasceram para olhar os astros.
Se te apetecer dizer não grita comigo: Não.

É possível viver de outro modo.
É possível transformares em arma a tua mão.
É possível o amor.
É possível o pão.
É possível viver de pé.

Não te deixes murchar.
Não deixes que te domem.
É possível viver sem fingir que se vive.
É possível ser homem.
É possível ser livre livre livre.

Manuel Alegre, O canto e as armas



poema retirado deste blog
CB

13 comentários:

Anónimo disse...

Vejo que a minha sereia retomou a inspiração do seu blog. Que maravilha!

Marinheiro

CB disse...

Então, marinheiro, sabendo que tenho um leitor...lol. Agora inspiração, inspiração, cadê ela? Sufocou ou tem dias, né?

Anónimo disse...

Inspiração é assim mesmo, vai e vem ao sabor das ondas, umas vezes de onda alta, outras de onda baixa, às vezes calma a espalhar na areia, outras nervosa a bater na rocha.

Minha sereia, porque é que há gente para quem tudo é desconfiança e tudo tem que ser desmascarado até ao mais ínfimo pormenor da "desvirtualidade"?

Marinheiro

CB disse...

1. Inspiração só funciona ligada ao génio e, este, a meu ver, não será um dos meus dotes. Daí, que me contenha quando me sinto inspirada, reservando pequenas e fugazes genialidades para o meu mundo privado. Ficam nas sombras como o meu ego pois ao sol ponho tão somente a aparência.

Isto liga-se a:

2. O medo é um dos sentimentos inscritos no ser vivo. Repare no cão ou gato perante o desconhecido. São cautelosos, prudentes até constatarem que estão em segurança. É o instinto natural na preservação como indivíduo e como espécie. Como tal, instintivamente há contenção e esta cresce em vivência social humanizada, tendo em conta que neste planeta anda meio mundo a tentar lixar o outro meio.

e ainda,

3. porque sou lerdinha de todo e não faço ideia de quem maruja pelo mar que bordeja as praias de Honolulu. Os meus iscos foram ignorados e pressinto que o marinheiro sorri zombeteiro o que me deixa uma sereia escamada.

4. Já percorri múltiplos caminhos por entre ondas do pensamento e penso que seja... mas logo a seguir vem outra onda que esmaga a anterior. Grrrr...e as ideias diluem-se em espuma

5.Que ideia a sua, distraindo-me das pequenas rotinas comezinhas...

6."Apanhá-lo" dar-me-á (ia?)um prazer do karaças...

7. Quem será o marinheiro? Se és tu, Gil, faço-te em faniquinhos e penduro o teu esqueleto a secar no batel algures nas Caraíbas. Oibiste?

Anónimo disse...

Compreendo as suas dúvidas porque eu as teria na mesma pelas mesmas mas deixe-me gabar-lhe a paciência para me aturar os devaneios.

Uma coisa eu quero que fique bbem assente entre nós a partir desde já: respeito-a.


Marinheiro

CB disse...

Boa tarde, marinheiro.
"Aturo-lhe" os devaneios porque. desde o primeiro momento, o pressenti delicado e respeitador. A sua abordagem foi subtil e simpática. Depois, porque está envolvido numa aura de mistério e isso despoleta aquela atracção, tão humana, pelo desconhecido. É o desafio, o desejo de descoberta, que fazem olear o cérebro no sentido de ordenar um puzzle com tantas peças soltas. Uma vez, ofereceram-me um puzzle que representava um ovo branco sobre fundo branco e, ups, ainda está à espera de melhores dias. Espero que o amigo marinheiro não constitua um idêntico puzzle, lol.
Mas, marinheiro, será impressão minha ou há uma certa tristeza em si?

Um abraço

Anónimo disse...

Em primeiro lugar diga-me antes por demais conversação: será conveniente falar do nosso profundo ser num espaço tão público? Pelo que vejo se o seu blog esteve parado tanto tempo, de repente vejo que não só eu o mouro na costa.
Disse tristeza. Gostaria de saber de onde lhe vem essa sensção que é tão certa.

CB disse...

lol, mouro na costa, marinheiro,no meu perfil há o meu endereço para e-mails. Sabe que, trimestralmente, alguém passa por aqui pra ver se estou viva.
Quanto à sensação de alguma tristeza, dir-lho-ei privadamente. É um feeling... que advém da leitura dos seus comentários.

CB

Carlos Gil disse...

ok, ok... "namorem" lá à vontade, o mouro cala-se já! :-)
ah! miúda, foi bom ver-te viva, ressuscitada! ;-)

Carlos Gil disse...

:-(

... e não é que levaram as minhas palavras a sério?

:-(

ora bolas! assim não venho cá mais!...

CB disse...

Gil, mangusso mor, não amua, sff. Vem mourar nesta costa tão deserta. senão entro em repouso de novo. E quem s'importa, né? Bêjo

Anónimo disse...

Eu importar-me-ia.

Ping pong

Carlos Gil disse...

outro
...
C., tenho um book para te entregar e, mais, sei que vais gostar de lê-lo! :-)

um dia destes apareço para uma bejeca, deixa a temerária borboleta aviadora regressar! ;-)