segunda-feira, agosto 07, 2006

Volta à estrada real


daqui


Do passado pré-net a recordação de uma benquista solidão, de uma alienação do mundo da sociabilidade porque assim tinha de ser.
Franqueada a entrada do www, após viagens por um mundo de informação sem fim, a estupefacção perante a possibilidade de comunicação com todos os cantos do planeta.
Uma torrente de pessoas que lentamente foram aquirindo forma e rosto, interagiam, trocavam ideias, brincadeiras, num espaço de socialização que ingenuamente se acreditava desprovido das ruindades do mundo real. Atrás de cada écran encontrava-se um eu que não se esperava imbuído de mesquinhez, de egoísmo, de vaidades, de maldade.
Lentamente foi esmorecendo o à vontade e com isso a vontade, ao perceber que mil olhos vigiam e usam contra cada um de nós o que ousámos mostrar confiantemente. Decepção somada a decepção, múltiplas vezes, vai impedindo que os dedos voltem a percorrer o teclado de forma ligeira e prazeirosa. Pensa-se e pensa-se sobre o que se mostra de nós. Escreve-se, apaga-se, reescreve-se, apaga-se, num processo de retracção em que o desejo de privacidade se impõe. Acontece o fim. Desliga-se com uma sombra de tristeza porque o mundo virtual que sonhámos límpido foi revelando o que a natureza humana tem de pior.

Esta experiência, contudo, derivou na criação de cadeias quer de afectos e simpatias quer de rejeições. Relativamente a estas últimas o tratamento é simples. O problema é com a vertente dos afectos. Uns permanecem mas outros vão-se esboroando, lentamente, imprimindo mútuas mágoas. O afastamento acontece. Os caminhos divergem e cada um avança segundo o rumo escolhido.
Caminha-se assim para o antigo mundo mas transformado pela vivência da comunicação e integrando uma pequena teia de afectos que não queremos perder. O ....@.... é a via certa para que eles se mantenham no domínio do privado. Não preciso que muitos me leiam mas tão somente que tu me leias.

Escreveu uma aluna: O amor ou a amizade são como um terreno com plantas que regamos e acarinhamos para que cresçam belas e saudáveis. A dada altura vem a vaca e come tudo.

Bah!




2 comentários:

Carlos Gil disse...

este não comento... sei lá quem me irá ler.... lol

Anónimo disse...

Clarinha, obrigado, me vi aqui, te senti mais ainda... beijão grande, menina doce, sei porque em entendes tão bem, rssssssssss

Virei mais vezes agora onde sei que te posso sentir mais perto

Beijo e um xi bem grande e outro para o mangusso de cima ehehehehe